quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A paisagem da minha janela (14.11.09)

Há alguém que chama por mim.
Acordo e descubro que não sonhava.
Há mesmo alguém que chama por mim.

Na janela, com o vento forte e gélido, ao fundo as núvens de mau tempo, o silêncio, as luzes das estradas, as montanhas onde pensara ser França, a chegada e partida de destinos definidos, o fumo poluente das fábricas, as palmas do campo de futebol, o orgulho de mais uma vitória, o palrear dos pássaros, o sino que toca, a música que acalma qualquer ser sensivel, o anoitecer.

É assim...

A casa que, desde que me lembro, nunca fora acabada de construir, o telhado da frente com a mola azul, a casa do fundo, que, de entre as árvores, tem algo que se confunde com uma uma pessoa no telhado a tentar o suicidio, a cruz iluminada no fundo da montanha, o bocadinho de céu rodeado de escuridão profunda, o meu pai que chegou a casa, o meu gato que mia, o meu cão que ladra, eu que me riu.

Acordo e reparo que não sonhava.
Há alguém que chama por mim.

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