segunda-feira, 3 de maio de 2010

A NOITE DO OVO ESTRELADO

Sei que tenho duas ou três fotos do inicio daquela noite.
Sei que, apesar de ser para esquecer, cada segundo é precioso e completamente surreal.
Sei que passei pelo Rui Veloso e que demorei trezentas mil horas para passar o mar de gente.
Senti suores, respirações, perfumes e calores.
Começou com um "parapa pa pa pão", com umas "broas" e "cassetes" no meio.
Depois já nada batia certo. Depois era alguém que falava. Alguem que gritava. Alguem que se lamentava. Alguem que cantava. Alguem que chorava. Alguem. Não eu. Alguem.

Palavras atiradas ao ar. Palavras que não eram pensadas. Palavras insignificantes.

Arrependida? NEM PENSAR.
Preocupada? A CAGAR.
Repetias? O PARAPA PÃO E FICAVA POR AÍ


AH, não me posso esquecer que aquele ovo estrelado matou-me. O meu cheiro, a minha camisola, os meus leggins, a toalha, o chão, a mesa, o colar. OVO ESTRELADO.

1 comentário:

Um, dois, três. Um sorriso...